Do rio à chulipa, pelas veredas serenadas

As veredas serenadas entre o rio e a chulipa transformaram-se em estradas, rodovias e às vezes nem deixam mais rastros pelo caminho. Mas elas ainda estão lá. E sempre estarão lá… A história de Barra da Estiva se confunde com a história de tantas outras pequenas cidades do interior. Não para o seu filho. Que não escolheu nascer, mas certamente não abre mão de morrer aqui.

Vamos começar com por onde tudo começou: à beira do rio. O que é um rio? É um corpo de água corrente se movendo em qualquer direção. Varia em tamanho, com versões menores de rios. São chamados córregos ou riachos. A água de um rio flui para uma baía ou um oceano. Os rios são importantes biologicamente, geologicamente, historicamente e culturalmente. Eles são transformadores das áreas de terras ao seu redor.

veredas barra da estiva

As veredas

Os rios estão entrelaçados no território barrestivense. Tanto no campo, quanto na cidade. Fundamentais para a agricultura e a criação de gado. Outrora mais limpos e mais bem cuidados ou simplesmente intocados.

O clima tropical dos planaltos e serras do sudoeste baiano favoreceram o desenvolvimento das atividades agropecuárias. Assim, entre um carreiro e outro, formou-se um grande mosaico em diferentes tons de verde. Evidenciando, principalmente, as lavouras de café que se multiplicaram nas últimas décadas. Além disso, o cultivo do maracujá e do morango também se tornaram uma realidade que vem movimentando a economia do município nos últimos anos.

A chulipa

O título desse post faz referência à forma como era escoada a produção agrícola no inicio da década de 90. Isto é, a saudosa jornada das fazendas às margens dos rios até as ferrovias. De onde seguiam viagem para os centros comerciais de maior porte. No caminho de volta, as bruacas vinham cheias de mercadorias.

As chulipas emparelhadas levavam o trem para longe, carregando as pepitas de ouro verde, a esperança de dias melhores, deixando para trás apenas saudade. Enquanto isso, o olhar choroso acompanhava a partida até desaparecer no horizonte. Meu avô me contava que, nessa época, muitos nordestinos migravam para a região sudeste do país em busca de trabalho. Sobretudo, nas lavouras de cana-de-açúcar e na construção civil. Os mais afortunados, também partiam do interior em busca de novas descobertas nas capitais.

A cidade

Certamente, muita coisa mudou. Barra da Estiva já é uma senhorinha quase centenária. Entre idas e vindas, a cidade de Barra da Estiva foi definitivamente emancipada em 15 de julho de 1927. Portanto, 95 anos repletos de histórias para contar. Embora, com poucos registros fotográficos para rememorar. A história de Barra da Estiva é escrita dia após dia da maneira mais singela. Naquelas prosas na varanda da casa dos avós. Nos relatos das famílias tradicionais. Na narrativa do professores ou na poesia dos admiradores.

A cidade mudou. Novas praças, novas ruas, novos prédios… E também novos problemas (estruturais e ambientais), comuns em pequenas cidades. O fato é que, o mundo está mudando. A população está crescendo. No entanto, esse conceito não deveria mudar nosso ambiente natural. Mas sim, ser encarado como um grande desafio pelas pessoas na intenção de aprenderem a viver de maneira sustentável. Ou seja, num ambiente em constante evolução, sem afetar drasticamente o meio ambiente.

Por: Weliton Eduardo

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13/07/2022